Mais de três quartos da população norte-coreana enfrenta uma situação de “insegurança alimentar” e está “altamente vulnerável a choques”. As conclusões são de um relatório publicado esta semana pela ONU, que identifica a malnutrição como uma das principais preocupações de saúde com que se depara a Coreia do Norte.
"A malnutrição continua a ser a principal preocupação de saúde com que se depara a Coreia do Norte. O país foi afectado por uma seca no ano passado e as condições extremas acabaram por dificultar o objectivo da auto-suficiência agrícola, de acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas recentemente apresentado.
Mais de três quartos da população de 25 milhões de pessoas da Coreia do Norte continua numa situação de “insegurança alimentar e altamente vulnerável a choques”, indica o relatório realizado pelas agências da ONU com representação em Pyongyang. O documento foi publicado na quarta-feira, depois de ter sido apresentado na sede da instituição, em Nova Iorque.
“Estima-se que 18 milhões de pessoas precisem de algum tipo de ajuda humanitária”, pode ler-se no relatório.
As taxas de malnutrição continuam a ser um problema de saúde pública, com significativas lacunas nutricionais, afectando particularmente as mulheres e crianças com menos de cinco anos.
A subnutrição é a principal causa de “mortalidade e morbidade de mães e filhos”, indica o relatório.
De acordo com o relatório de 2015 sobre Insegurança Alimentar, da Organização para a Alimentação e a Agricultura (FAO, sigla em inglês), a proporção de pessoas malnutridas, no total da população, era de 41,6 por cento em 2014-16, mais 35,5 por cento do que em 2005-07.
No final de 2015, o impacto de duas épocas de seca consecutivas “afectou severamente” as colheitas, com menos 11 por cento de produção do que no ano anterior.
“O país continua a sofrer de insegurança alimentar bem como acesso limitado à saúde e água, saneamento e higiene, resultando em malnutrição crónica e fraca saúde”, diz o relatório.
A produção é constrangida por insuficientes terrenos aráveis, degradação dos solos devido ao intenso cultivo, bem como escassez de sementes de qualidade, fertilizantes e pesticidas.
A Coreia do Norte tem regularmente falta de alimentos e acredita-se que centenas de milhares de pessoas morreram durante a grande fome de meados da década de 90 do século passado.
A ajuda internacional, principalmente da Coreia do Sul e dos Estados Unidos, tem sido cortada devido a tensões derivadas dos programas nuclear e de mísseis de Pyongyang".
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