Café LAFIV

Enganámo-os no caminho e, no silêncio e quietude local, parámos o carro e batemos com os nós dos dedos na única janela que tinha cortinas. Queriamos saber o caminho para o centro da terra. Esperámos um pouco até, do outro lado do vidro, alguém afastou a cortina e fez um gesto de medo e repulsa ...


A mimica fez, entretanto, o resto. A tranquilidade construiu-se de pequenos acenos, de um recuar como quem, de facto, não quer nada - a não ser uma pista para continuar a viagem ... E ... e, finalmente, a mulher veio à porta e explicou que já fora, ali, testemunha de assaltos ... "Vão em frente, passam debaixo de um arco e seguem em frente ..." "Bem-haja!", dissemos.


E deu tudo certo. Estacionámos no centro de Proença-a-Velha (Velhíssima) e entrámos no Café LAFIV que nos deu de comer e nos disse tudo ...

"Somos 70 habitantes. Eu sou concessionário deste estabelecimento. Aqui funciona a Liga dos Amigos da Freguesia de Idanha-a-Velha. De tempos a tempos, reunimos-nos."

"O presunto era óptimo. E a omoleta estava muito boa."

"Os ovos são das nossas galinhas e pão também é nosso ..."

"Podemos fotografar?..."

"Com certeza!"

Gostámos muito de Idanha-a-Velha. Tem uma Liga de Amigos. Ficámos mentalmente lá. Entre amigos, quem sabe. Setenta - eventualmente. O que não é fácil na cidade. Setenta amigos é muita gente.

("em Lisboa, não sei se ... A não ser no FACEBOOK, mas esse ...")