Castelo Branco, branco e verde

Segunda quinzena de Junho

Quando tinha "pouco tempo para visitas", passei-lhe ao lado, a correr, sempre a pensar que um dia pararia para entrar no jardim, visitar quem, feito estátua ou não, lá estivesse. quiçá, há séculos ...


Depois, depois fizeram, de alfalto, as vias rápidas e Castelo Branco passou a ter um dístico de estrada a dizer Castelo Branco Norte, Castelo Branco Sul - e, então, nunca mais... Envelheceram, nos seus pedestais, reis e santos e o que já era memória mais memória ficou...

Até que as autoridades decidiram que, em Dia de Camões, Portugal era, fundamentalmente, ali. As televisões encheram-nos "écrans" de flores, reis, santos e espelhos de água. Levaram-nos a casa imagens de jardins "que evocam de uma forma imperfeita", embora, "o paraíso na terra". E a "provocação" não podia ser melhor: ainda lá estava a palanque para Presidentes e convidados e já, finalmente determinado, me propus o desvio da A23. Fácil e, como era previsível, a obrigar, desde logo, a um "mea culpa" de anos e anos a passar à ilharga do Paço Episcopal, a cheirar a barroco e a mostrar-nos, além dos Apóstolos, as estátuas dos reis portugueses da 1ª e 2ª dinastias. Com um pormenor a gritar Portugal: "no patamar fundeiro, antes da ascenção, encontram-se os reis intrusos (os Filipes) e o Cardeal D. Henrique adepto da causa castelhana". Que, para que não haja dúvidas, figuram em menores dimensões.

A partir de agora, já posso ter pressa. Mas uma coisa também é certa: se a fadiga me apertar, bom será sair da A23 por umas horas e ... e entrar de novo no Castelo, que sendo Branco de nome, é verde nos jardins e fresco, pelo menos, nos lagos do seu acolhedor Jardim Episcopal.