Confissões (quase profissionais)

Eu pecador me confesso ...

Logo no princípio desta livre caminhada informática, é ponto assente a necessidade Googleriana de um Acerca de Mim que possa situar o visitante/leitor - bisbilhoteiro ou não.

E a gente vai ao seu trajecto social e cultural e pespega-lhe o que, no momento, de essencial, considera eventualmente interessante a coscuvilheiros/coscuvilheiras e a intelectuais de estrelas várias que aqui "aterrem" ou "encostem".

Defende-se o"dono" do espaço como pode e começa, daí em diante, a ousadia da escrita com a novidade de quem, até aí, corria o risco de ser censurado, passar a ser coproprietário (faz de conta) do espaço disponível, seu director, seu redactor sem agenda, seu compositor-teclista, seu ilustrador, seu revisor e expedidor. Com a possibilidade inerente e única de, desde o primeiro texto inserido, lhe ser permitido revelar-se ridículo por conta própria ...

A mim apetece-me hoje (lembrei-me ...), por exemplo, registar aqui, numa 2ª vaga informativa, alguns momentos que, normalmente, não se dizem, mas que se inserem, à sua escala, numa certa forma de fingir Thomas Mann, nas inspiradas "Confissões de Félix Krull", neste caso, Cavaleiro da Indústria Jornalística ...

Administrarei as palavras que, aqui, o espaço é de síntese. Isto é, limitar-me-ei a assinalar (sem ficção, apesar de tudo) situações, deixando o filme, a curta-metragem, se quiserem, para o excelentíssimos fregueses da rua.

Acerca de mim 2 (faz de conta):

- Em S. Paulo, no Brasil, na ausência do respectivo vice-cônsul português, trabalhei, por especial deferência, durante vários dias, no gabinete do ... do cônsul português titular, na altura, por nomear. Ganhei, além do mais, casa de banho privativa.

- Em Macau, onde, mesmo convidados, é sinal de especial deferência darem-nos conhecimento do preço do que se está a comer pago por outros...

- No Rio de Janeiro, graças a livre trânsito de última hora, tive, no Carnaval, acesso completamente livre ao Sambódromo e vi, a centímetros, as mais belas bundas do mundo ...

- Volta ao Mundo: entrei no avião no Verão e saí no Inverno - no mesmo dia ...

- Em Nova Iorque: trabalhei com 40º de febre e uma temperatura ambiente abaixo de 0...

- Ao longo de 120 dias seguidos de viagem fora do país, enviei para os Perdidos e Achados da TAP, em Lisboa, excessos de bagagem que a família foi buscar depois ao aeroporto da Portela.

- Para combater uma infecção num dedo e por haver dificuldade em conseguir alguém que me acudisse, foi, na embaixada de Portugal em Caracas, uma prestável funcionária que me deu uma injecção nas nádegas. Acto, aliás, recordado pela dita, vamos lá saber porquê, numa segunda visita, anos depois ...

- Honras de recepção "oficial" em Goa, com audiências inesquecíveis das respectivas autoridades, a principal das quais me deu recados para o eventual encontro de uma prima sua (?) no Estoril ...

- Na sequência da viagem à Austrália e do livro que, a propósito, foi possível editar, viagem da obra (uma grande maço de livros), por amabilidade, na bagagem do presidente Jorge Sampaio aquando da sua viagem àquele país.

- Gravação em fita magnética de impressões de viagem de todos os momentos considerados significativos de 30 dias de um cruzeiro ao Brasil -  que ainda só consegui ouvir uma vez ...

- Vítima de assalto à mão armada, ao anoitecer, no primeiro dia de estada em Joanesburgo.

- Primeira viagem ao estrangeiro em serviço: Lisboa-Berna-Lisboa, com paragem em Paris, sempre em combóio (III classe) - e sempre sentado ...O Diário de Notícias não deu mais ...

- Ida a Toronto e a Montreal sem dinheiro para hotéis. Alojamento em casa de padres portugueses - o jornal A Tarde não deu mais ...

- Viagem a Paris de combóio (ida e volta), mas com alojamento na Caritas. Foi o possível ...

- Ida e volta a Fátima em carro de gente conhecida. Quatro furos no caminho. Saída de Lisboa de manhã, com chegada à hora da Procissão das Velas...

E, para segundo ACERCA DE MIM, basta!... Mas há muito mais. Tinha que contar coisas de mais de 70 de vida.