Fui lá ontem. Chamam-lhe agora LX FACTORY e está aí para quem o quiser ver ao vivo na rua Rodrigues Faria, em Lisboa, no mesmo espaço onde os cheiros antigamente eram a tintas de impressão tipográfica, a papel e a suor. Está irreconhecível: tem restos da impressora rotativa, percebe-se onde era o refeitório, mas para ouvir ecos do passado restam apenas paredes. O suor continua, mas cheira a café, a álcool, a tintas, a livros, a cartazes, a artes plásticas. Aos ruídos das velhas máquinas de compor, sucedem-se agora os das conversas de passar-tempo e do tilintar dos copos, cuja presença alterna com o silêncio dos computadores ou a cantoria convidada - ou não.
Mas estamos na INTERNET, onde as imagens, que já valiam por mil palavras, são língua universal - pinte-as quem as pintar ... Nas telas com esquadria ou nas paredes a que os tempos, antigamente, nem obscenidades consentiam assim às claras, como agora ...
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