Entrevista para a Rádio Macau
II
- Desta vinda a Macau estabeleceu, por certo, contactos com personalidades que aqui vivem e que, se calhar, lhe vão ser úteis para o que pretende ...
- Também. Nesta altura, com três dias e meio de Macau, devo ter umas dez horas de conversas gravadas. A anteceder 15 dias de Austrália e de não sei quantas gravações ... É claro que estou a prever que o ano de 96, ele todo, seja para ordenar estas informações, apesar de tudo, apenas uma amostragem, uma amostragem qualificada, mas trabalhosa. No entanto, um síntese, apenas uma síntese do muito que está a ser dito e vai ser dito ...
- Pensou, entretanto, ultrapassar os contactos oficiais?...
- Sim, sim ... Obviamente! Até me apetece dizer: contactos oficiais não! Quando me aparece alguém que, por pura coincidência, tem essas funções, o que procuro são as pessoas, as pessoas que são especialistas nas suas profissões para depois, a partir de dados de base, tentar cruzar opiniões e estudá-las ...
- Nesse cruzamento, nesses cruzamentos de opiniões, de contactos, recebe, naturalmente, desabafos de coisas que não foram feitas ... Nesse grupo está, certamente, a educação, o ensino do português ...
- Naturalmente que, quando se fala no ensino do português, nós notamos algum gaguejar ... Não é novo, é penalizante, mas há que compreender que Macau está rodeado de multidões que não falam a nossa língua. Apesar de tudo, tenho sentido algumas tentativas nesse sentido ... Espero que não sejam, como alguém já definiu, caldo verde, isto é, algo que enche a barriga, mas não mata a fome ...
- Mas não era apenas a Macau que eu me referia ... Era a propósito de ...
- Sim, a língua portuguesa ... As pessoas fazem o que podem para preservar a língua portuguesa, as tradições portuguesas são ferverosamente adoptadas pelos portugueses. Em termos gerais, talvez possamos dizer que somos no mundo a imagem do Fernão Mendes Pinto (...)."
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