segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Macau: "Um país, dois sistemas", a esclarecer melhor

by Ponto Final

Zhang Rongshun, da Assembleia Popular Nacional, defende que há interpretações diferentes dos dois lados de fronteira e que falta noção da identidade nacional.

O vice-presidente da comissão de assuntos legislativos do Comité Permanente da Assembleia Popular Nacional, Zhang Rongshun, admite divergência na forma como está a ser interpretado o princípio “Um País, Dois Sistemas” no Continente e nas duas regiões administrativas especiais chinesas a este subordinadas, Macau e Hong Kong.
O responsável defendeu a necessidade de uma “nova clarificação” por parte do Governo Central por ocasião de uma reunião anual da Associação Chinesa de Estudos de Macau e Hong Kong, em Shenzhen, de acordo com declarações citadas ontem pelo jornal South China Morning Post, da RAEHK. O diário relaciona as declarações com os protestos do movimento de desobediência civil de Hong Kong, terminada na última sexta-feira ao cabo de 75 dias de ocupação das vias públicas na região vizinha.
“Após a transição, as populações de Macau e Hong Kong, bem como a população do Continente, passaram a viver sob a mesma bandeira nacional. Mas há algumas pessoas em Hong Kong e Macau que ainda não sentem que fazem parte de uma nação”, defendeu Zhang, considerando que a interpretação que “os campos da oposição” em Macau e Hong Kong fazem do princípio de exercício de autonomia jurisdicional tem induzido em erro as populações.
Para Zhang, “a sociedade de Hong Kong tem uma interpretação totalmente diferente da do Continente. Isso exige-nos que prestemos atenção e demos mais explicações”.
A mesma ideia tinha já sido defendida em Junho último, por ocasião da publicação do chamado Livro Branco da autonomia de Hong Kong, o guia “A Prática da Política ‘Um País, dois sistemas’ na Região Administrativa Especial de Hong Kong”, pelo Gabinete de Imprensa do Conselho de Estado. O livro, que insiste na exigência de patriotismo aos responsáveis do Executivo, Conselho Legislativo e órgãos judiciários de Hong Kong, motivou várias críticas na região vizinha e foi, segundo o movimento Occupy Central, um dos factores a determinar a adesão às manifestações de desobediência civil.
Para Macau, não está prevista qualquer edição específica, embora o Conselho de Estado tenha garantido uma edição do Livro Branco de Hong Kong em língua portuguesa, além do chinês e inglês.

Sem comentários :

Enviar um comentário

Seguidores