terça-feira, 28 de abril de 2015

Fingir Centro de Emprego


A formação profissional e o emprego, que se dizem articulados, são uma "solução de gabinete" que pouco mais faz (se faz) do que mascarar a realidade que são as estatísticas que é preciso "alimentar" com movimentações que abasteçam estatísticas, que permitam discursos, que escondam realidades, por que a verdade de fundo é não se encontrarem, porque não se criaram as condições económicas e financeiras para que o país se desenvolva ao ritmo das respectivas necessidades, isto é, ao ritmo de uma realidade económica capaz de dinamismo sustentado.

A sensação que dá é que o país, mais do que fomentador de riqueza, é um grande estudioso, um dedicado estudioso das diferentes formas de preencher estatísticas para "inglês ver" ... Não se está a pensar numa solução comunizante, mas está a pensar-se numa dinâmica que substitua, por exemplo, os centros de emprego articulando-os com uma realidade económica geradora de trabalho e, portanto, de riqueza.

Entretanto, o que se passa agora, não são os chamados centros de emprego a empregar, mas a fingir que o fazem - para encher mapas e mais mapas estatísticos, enquanto o Zé, de moto-próprio, luta por um lugar no mercado, não indicado pelo alcunhado Centro de Emprego, mas pelo seu eventual engenho pessoal em andar de porta em porta à procura da solução que a estrutura só finge que ajuda a ... a procurar ...

Os Centros de Emprego, no fundo, acabam por não passar de uma espécie de delegações do Instituto Nacional de Estatística (ou do IEFP), que observa, se observa, manda preencher papéis, faz perguntas, impõe presenças periódicas de gente em aflição, mas raras vezes tem o papel activo que o nome dir-se-ia ser visível a olho nú. No fundo, o que se percebe é que o Estado, as autoridades públicas "inventaram" um manto chamado ACÇÃO cujo trabalho é preencher papéis, a propósito das quais, entretanto, nada fazem para fomentar ...  acção... Numa palavra, os Centros de Emprego são uma espécie de Esperança na Vida Eterna - que só se sabe se existe ... depois de morto... A menos, que o desempregado, por sua iniciativa, lhe salve a face - resolvendo, sozinho, a situação.No papel de doente/médico.

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