quinta-feira, 16 de abril de 2015

Macau: Crescimento chinês abrandou 7% no 1º trimestre 2015



  by Ponto Final
A economia chinesa cresceu 7 por cento no primeiro trimestre deste ano. É o valor mais baixo registado nos últimos seis anos. O abrandamento, diz Albano Martins, não irá ter grande impacto em Macau.



Catarina Mesquita
O Produto Interno Bruto da China registou o menor avanço desde o início de 2009, quando a economia chinesa sofreu o primeiro impacto da crise financeira internacional.
Os dados ontem avançados pela agência Reuters, deixam claro que o mercado imobiliário em queda, as dificuldades no escoamento da produção industrial e o abrandamento das exportações contribuíram para a desacelaração da economia chinesa registada nos três primeiros meses do ano.
“Estamos a enfrentar uma situação internacional complicada e uma pressão negativa na economia doméstica”, reconheceram os responsáveis pela Administração Estatal de Estatística da República Popular da China.
No ano passado, a economia chinesa cresceu 7,4 por cento, o crescimento mais baixo registado desde 1990, levando o país a colocar a meta de expansão do PIB em 2015 em 7 por cento.
Para Albano Martins, economista, o abrandamento dos PIB chinês no primeiro trimestre não constitui motivo de alarme para Macau. “O que se verifica é um crescimento de poucos dígitos abaixo do que é normal a China crescer. Estamos a falar de uma redução percentual na casa das décimas, o que não me parece que irá causar muitos problemas a Macau”.
Em declarações à agência Reuters, alguns analistas financeiros defendem que a China deverá mudar o seu modelo económico deixando de estar tão voltado para a indústria e virar-se mais para o consumo interno e para o sector dos serviços.
Pequim não quer, no entanto, promover alterações bruscas às politicas económicas até agora impulsionadas. O governo central teme que eventuais alterações ao modelo económico vigente possam colocar em risco a estabilidade financeira do país e intensificar a taxa de desemprego, que neste momento se posiciona na casa dos 5,1 por cento.
O Banco Central da China já cortou a taxa de juro duas vezes desde o passado mês de Novembro, de modo a estimular o investimento.
Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), que prevê que o PIB da China cresça 6,8 por cento em 2015 e 6,3 por cento em 2016, a desaceleração é positiva.
De acordo com o FMI, o abrandamento significa que a China não vai adoptar uma “política de crescimento a qualquer custo”. Gian Maria Milesi-Ferretti, economista do FMI, afirmou que “[a desaceleração] tem um efeito negativo no crescimento da economia a curto prazo mas há benefícios a médio prazo, uma vez que irá haver um crescimento menor de crédito e uma redução de desequilíbrios”.

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