De um artigo de M.A. publicado na imprensa de Lisboa,
mais tarde inserido no livro "Os Portugueses no Mundo"
"(...) Surge de vez em quando (...) o engodo desmedido pelo dólar, e a vida torna-se, assim, menos bela, mais interesseira, algo desagradável. Os que reagem, contudo, a este estado de coisas, fazem-no, não raro, sem conta, peso e dedida e surgem, deste modo, aqui e além, os americanos marginais, ou simples rebeldes, descontentes uns, vivendo à sombra da sociedade outros.
Há ainda os que, talvez fartos da abundância, procuram na droga a nova "emoção" que o comum dos mortais não tem.
(...) A América do Norte são umas Nações Unidas feitas país. A ela acorrem gentes de todas as raças e credos, com liberdade total de movimentos e com oportunidade de se tornarem americanos de pleno direito.
No Congresso cada vez que alguém se lembra de propor que as reformas dos naturalizados só devem poder ser gastas nos EUA, logo se levantam tais protestos que a ideia é abandonada, face à pressão dos grupos que constituem o povo americano de hoje. Aí e sempre, só os peles-vermelhas estão inteiramente de acordo com este tipo de propostas. Com eles, só com eles, nunca haveria, por isso, exportação de capitais, mas os EUA também talvez jamais passassem da cepa torta. Digo-o francamente, sem racismos, que não é coisa que passe pela cabeça de um português - a menos que o obriguem."
NOTA: escrito em 1981.
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