sábado, 1 de março de 2014

Recortes do dito e do feito (21) - Testemunhos

Desactivado o motor da fecundidade, que mais resta a um homem que pôr poesia em tudo o que faz?

"Eu não sei que resultados têm dado na preservação do "parquet" das salas do Palácio Imperial de Petrópolis, nos arredores do Rio de Janeiro, os chinelos de quarto que, logo à entrada, por cima dos sapatos, nos enfiam nos pés; o que sei é que, entre o Mondego e a Emídio Navarro, em Coimbra, não há calças ou saias que tenham conseguido evitar o invulgar desgaste de parte dos bancos de pedra que, rés ao muro, ali encontramos. Com efeito (fica o registo), há naquelas superfícies polidas o impressionante (acima do normal), e apaixonado, testemunho de minutos sem fim de nádegas moles em pedras duras... Enquanto, poeticamente, cá em baixo, desliza o rio, e, lá do alto do Penedo, continuam a chegar vozes que cantam amores que não persistem mais do que uma hora ...


Oh Lusa! Quantos amores, quantas horas!..."

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