"Entusiasmada com a recuperação que fizera a uma casa escavacada que ocasionalmente descobrira, algures no centro do país, numa aldeia perdida na paisagem, escassa de gente, há largos meses que, sempre que me visitava, de uma forma ou outra, insistia no convite para que eu fosse até lá saborear o silêncio daquela ilha de madeira, e agora pouco mais, raras vezes olhada por estranhos. "Gostaria mesmo que um dia fizesse um artigo sobre o que a aldeia foi, por exemplo, no tempo das invasões francesas ..."
Andámos neste jogo do vai-não-vai talvez um ano, até que, passando lá perto a 130, disse à minha amiga que, em próxima oportunidade, tentaria ir, finalmente, banquetear-me com o tal silêncio e, se os deuses favorecessem, escrever acerca do repasto de tranquilidade e da eventual conversa com quem ainda por lá andasse a servi-lo.
Projecto, em parte, furado: porventura, satisfeito com os meus declarados objectivos, a minha amiga deu com a língua nos dentes junto dos poucos sobrantes, velhos e novos, da aldeia, que lhe terão feito entender que a visita seria sempre saudada, mas não o que a propósito escrevesse: "temos receio de que se saiba que somos poucos - e nos venham assaltar!..."
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