segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Do lido, o sublinhado (69) - 1º de Dezembro *










*A gente sabe que toda a gente sabe, mas, à cautela, não vá alguém não saber ...








"(...) A revolta assumiu a forma de uma operação de surpresa sobre o palácio real. Em 1 de Dezembro de 1640, entraram de súbito no paço quarenta fidalgos, forçando os guardas e procuraram o secretário de Estado Miguel de Vasconcelos, cuja morte tinha sido previamente decidida. Abateram-no e forçaram a duquesa de Mântua, prima do rei de Espanha e vice-rainha, a escrever ordens para que as guarnições castelhanas do Castelo de S. Jorge e das fortalezas do Tejo se rendessem sem resistência. Só depois de concluído o golpe foi pedida a intervenção do povo. "Às dez horas do dia - havendo uma que o caso acontecera -, andavam as mulheres apregoando pelas ruas, fruta e mais coisas de venda, e nas praças e ribeiras (estavam) as padeiras e tendeiras com aquela paz e repouso que pudera haver e o negócio fora uma coisa de pouco mais ou menos ...", diz um memoralista que tomara parte no assalto ao terreiro do paço. Todo o país aderiu à revolução, mal teve notícia dela (...).

A aclamação de D. João IV fez-se quinze dias depois da revolução. Houve o cuidado de, na cerimónia, seguir sem alteração as praxes tradicionais."

* in História Concisa de Portugal, José Hermano Saraiva

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