sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

"Facto Binário"


Era uma miúda simples, bem disposta, que, às vezes, poucas, brincava com a Isabel e outras crianças da mesma idade, na nossa rua, entre o número 11 e o 15, vinte metros adiante. O tempo regou-lhe, entretanto, a vontade de vencer tudo: as dificuldades próprias ou não, da idade, as inquietações políticas e do crescer, e hoje aí temos a mulher insofrida a que já não chega ser a Margarida Sequerra para, na poesia, surgir com o seu primeiro livro na mão, subscrito por uma tal Patrícia Taz que, eufórica, nos entrou pela casa dentro a dizer: "aqui está o meu livro. Espero que goste." Disse-o, especialmente a minha mulher, para logo acrescentar: "espero que gostem...", incluindo-me como pai da Isabel, com quem riu risos soltos.


Claro, Margarida, perdão, claro, Patrícia. Gostámos. Gostámos, sobretudo, dessa vontade de Estar e Ser - plenamente.


Olha, Moça:


"É a vida. Canta-se o fado

De um presente que é doloroso

Mas o futuro foi-me apresentado

E não poderei passar ao lado

De um amor tão poderoso."


"Dá-me a tua mão.

É tudo o que me resta

Nesta vida onde não há festa

Como a festa da tua mão."


Um beijinho. Dois beijinhos. Que contes muitos: poemas e gritos de presença.

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