quarta-feira, 27 de abril de 2011

Quinta-Feira Santa nas Traseiras do Litoral: a Procissão

A emoção de um fim de dia ...

O murmúrio das orações abafado pelo respeito colectivo dos silêncios, à luz das velas alinhadas nas duas filas laterais em marcha lenta por algumas das principais ruas da aldeia.

A cerimónia da Paixão. O povo na rua. O povo todo - ou quase (num bar, há quem espreite: três ou quatro ignoram ou fingem ignorar).

À frente, o padre convidado diz alto o que está escrito no Catecismo e, como numa onda, as palavras já sabidas repercutem-se até ao último dos do cortejo, o sacerdote titular, que replica e mantem a cadência.

Uma hora nisto, talvez. Ou talvez um pouco menos.

Fim de dia na católica, ou laica, comunhão, Deus sabe a que secretos pretextos para além dos, desde sempre, anunciados e escritos, nos Livros. Lá onde a Fé 364 dias acanhada, aproveita o serão da Quinta-Feira Santa como que para "saldar contas"...

A paz regressa às consciências. Com emoção nos olhares. E direito a sermão final, a que nem metade assiste.

Em breve nascerá a Sexta-Feira do Silêncio. Para se lhe seguir a Páscoa até que venha o Natal, para que se finja a Paz, que o Novo Ano anuncia formalmente - sempre. Prevendo-se, desde já, nova procissão das velas e, portanto, renovada oportunidade para lavar consciências. Que pecarão no tempo seguinte e ...
Apesar de tudo, que ASSIM SEJA!

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