sexta-feira, 29 de julho de 2011

Caravanas

Oh! ser francês... Francês em férias, claro: imagino-lhe a vontade, o natural gosto de viajar, uma bruta autocaravana recheada apenas com o essencial para sobreviver alegre, a carteira com euros quanto baste, GPS tão importante como a potência do carro, papel higiénico de acordo com a média das necessidades comuns, muita água, alguns frescos para começar - e ... e, adeus França!... Adeus, França, da foto em pleno Rossio lisboeta.


Dou comigo, entretanto, a pensar... Desânimo? É o desanimas ...

Lembro aquele sociólogo que se alegrava visitando as traseiras dos prédios das cidades ... É isso. Ser português, ter roteiros de tudo, em particular, das borlas nos museus, de ruínas de entrada livre, de passear a pé e conseguir, na medida do possível, uma lista de inaugurações de acesso aberto. Estar informado acerca do preço dos passes para ... para tudo. Estudar, sobretudo isso, estudar sem dinheiro no bolso. Conhecer "self-services" e mercados de venda de frescos, onde, acresce, o povo é igual a si próprio ... Visitar pontos altos, é outro segredo do conhecimento ao nível alfacinha, por exemplo. Há um nunca mais acabar de hipóteses - sem falar em crise. Crise é coisa para ricos e mal habituados ...


A solução intelectual é: de esferográfica em punho, estar preparado para tirar apontamentos e um ou outro retrato "para mais tarde recordar"... Das traseiras que houver. Aliás, quem está habituado a ver exposições de fotografia, por exemplo, sabe que, em regra, o que aparece, o que ganha prémios, são as fotos (a preto e branco, cá está ...) de traseiras, de docas, de gente que não é de avenidas, nem de Rossios onde passam caravanas francesas e outras ...

Se calhar pensam que nos fazem inveja ... Franciús!...

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