domingo, 24 de julho de 2011

Contra as músicas lascivas *

Trabalho de um finalista de Artes Plásticas, em Lisboa

Aos generosos e simpáticos que me enviam com regularidade e-mails cheinhos de bençãos e bons conselhos copiados da Biblia ou de outras respeitáveis origens.


Ao povo mano do Brasil que, sem má intenção, também nos seus e-mails nos "desvia" as atenções, por vezes, de belas paisagens, para nos propor reflexões que ouviu na missa dominical, por exemplo, dedico as sábias palavras do padre Manuel Bernardes - para que alguma coisa seja mudada ...


Leia-se. É tempo de remediar.

"Quanto às músicas do tempo também é grande o detrimento, que nelas padece a Castidade. Porque assim  como o canto grave, e devoto ajuda a levantar o espírito gerando nele bons pensamentos, e saudade da Pátria Celestial; e por isso se usa nas igrejas nos Divinos Ofícios: assim sarabandas, e modos mui festivos, e picados, o distraem, afeminam, e corrompem: e por isso se usa nas comédias, nas ceias nupciais, e nas músicas e antes dos que de noite fazem pé de janela para os fins, com que a mocidade os inquieta.


Mas prouvera a Deus, que destes lugares não tivera já passado alguma cousa também às igrejas. Se a voz é de mulher, ainda traz maior perigo. S. Leão Papa chama atraiçoados aos quebros e gargantas, e brandas punhaladas, com que atravessa o coração de quem ouve descuidado ...


Daqui se entenderá quam repreensível abuso seja o de algumas religiosas, que ajuntando-se na grade em visita com seculares, gastam a tarde em motetes, e xácaras, e discantes ostentando cada uma a sua habilidade. Seguem-se as lisonjas, e aplausos, e risadas, e descrições conceituosas, ou estultícias verdadeiras.


Se esta música de vozes de mulheres, cheias de melindre e afetação faz consonância com a modéstia, e honestidade própria daquele sexo, e estado, na verdade é muito para nos maravilharmos; e sòmente será necessário invertarmos outra definições às virtudes. Porém se faz dissonância com elas, vejam lá os prelados como o consentem, e se lhes corre obrigação de o remediarem."

* Padre Manuel Bernardes in Armas da Castidade

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