Entidade avança que os acordos de Basileia II, que datam de 2004, estão “basicamente implementados”.
O alerta do artigo da Bloomberg, publicado há dias, era claro: o sistema financeiro de Macau tem uma grande exposição à China Continental e as regras a que os bancos estão sujeitos são mais folgadas que as seguidas pela maioria das instituições internacionais.
Em resposta a esta peça, a Autoridade Monetária de Macau (AMM) usou o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre a RAEM para lembrar que a situação dos bancos locais é sólida.
“O relatório do FMI também mencionou o nível significativo de empréstimos entre os bancos de Macau para o Continente. No entanto, o FMI comentou que os bancos de Macau estavam numa posição relativamente forte e que a estrutura de supervisão era sã”, respondeu fonte oficial da Autoridade Monetária ao PONTO FINAL.
Segundo o relatório, cerca de dois terços dos activos externos dos bancos locais estão concentrados em instituições de Hong Kong, do Continente e de Portugal. Assim, choques de crédito nestas jurisdições poderiam ter “impacto significativo” no sistema de Macau. O FMI aconselhava a Autoridade Monetária a submeter os bancos locais a testes de stress, a analisar a sua exposição a bancos externos e a dar informações mais transparentes sobre as entidades a quem concede e recebe empréstimos. Saber estes detalhes “daria informação útil aos supervisores, aos mercados e ao público”, assinalou o FMI.
A mesma peça da Bloomberg, citando a análise da consultora Fitch, assinalava ainda que as instituições locais são reguladas pelas normas de Basileia I, que datam dos anos 1990, e que entretanto foram actualizadas duas vezes. No entanto, quando questionada sobre o facto de os bancos locais estarem a ser regulados por regras de há 20 anos, a AMCM não respondeu de forma directa.
“Apesar de [os acordos de] Basileia II e III visarem bancos com actividade internacional, a Autoridade Monetária tem perseguido ao longo do tempo as melhores práticas e padrões de supervisão internacional”, disse fonte oficial. E acrescentou: “Enquanto que os bancos de Macau têm basicamente implementado [os acordos de] Basileia II, a Autoridade Monetária já iniciou a implementação de Basileia III.”
Estes acordos foram implementados após a crise financeira de 2008 – uma das alterações foi reforçar os limites mínimos de reservas para acautelar possíveis perdas em períodos de tensão.
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