Abril de 2007
"Mexo ao de leve no que, para alguns estudiosos, se calhar, daria um tratado. Mas apetece-me fazer o que sei: abrir a porta. Abrir a porta a partir do caso concreto que é a casa onde vivo, integrada num aglomerado de prédios, iguais ou parecidos, que, juntos, com o tempo, pouco a pouco, deram vila ... Isto é, vivo eu e vivem milhares de pessoas em "caixas de betão" que tendem à uniformização dos comportamentos num meio que, exteriormente, se não fosse um ou outro espaço verde, faria de cada um dos seus habitantes um autómato, quiçá, vestido de forma um pouco diferente do vizinho - para disfarçar ...
Tudo a propósito de quê?, perguntarás. A propósito da casa que temos e que, por ser nossa, também é da tua mãe e tua. E que é uma casa repleta, do chão ao tecto, do que, pessoalmente, nos tem impressionado e fala de objectos que lembram pessoas, ou datas, ou dificuldades vencidas ou gestos de grande fraternidade ou gargalhadas. Há recordações que fazem da casa A CASA. E isso justifica esta carta, escrita dentro de um espaço feito de betão, interiormente forrado de amor. O que, sendo normal, às vezes, o mundo quer que não o seja ..."
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