Conheci-a, já em fase difícil da sua doença, no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, mas há na minha casa quem a tenha conhecido melhor: Arlete da Paixão Corrêa, que, se fosse viva, rondaria agora, se não me falham as contas, cerca de 90 anos e que, não sendo de Portalegre, dedicou à cidade parte do encanto do seu estar e ser. Chamo-a hoje p'ra aqui, para esta roda de agricultores de palavras, que saltitam por aí como os pássaros, de blogue em blogue, onde, se calhar, nunca ninguém a "convidou" a dizer um poema ...
Ao avistar de longe casario
Com as torres da Sé lembrando o céu,
Mato saudades ... de contente eu rio,
Porque ao deixar-te deixo o peito meu.
E ao sentir a minha alma presa a ti,
Dos teus encantos - outros jamais vi -
Que de crianças admiro ... Sem mentir
Te afirmo, oh! linda Amaia verdejante,
Tudo o que tens é belo, fascinante!
- Sempre te hei-de cantar e preferir.
Embora goste de te ver,
Me sinta tão feliz no teu regaço
- Que a desventura em ti não tem espaço -
Não foste tu o berço do meu ser.
Que importa não ter vindo em ti nascer
E não ter do teu seio um só pedaço?
Mas deste, carinhosa, o teu abraço,
Para dulcificares meu viver.
À sombra acolhedora que nos dás,
Fui menina e mulher que eu hoje sou,
Numa serenidade que me apraz!
E a minha alma que em ti se cativou,
Prendeu-se, enamorada, pela paz
Pela beleza com que Deus te doou!
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