segunda-feira, 31 de outubro de 2011

"e-mails" da saudade

Tripeiro assumido, com dezenas de anos de Portugal, onde foi, profissionalmente o que é, decidiu ir "fazer vida" para a distante Austrália, depois de a ter feito noutras partes do mundo. 

É hoje, pode dizer-se, um homem muito viajado, com particular interesse pelos lugares do mundo onde se fala, ou falou, a sua, nossa, língua materna, mas não o vou identificar, nem isso é importante para o caso. O que quero dizer é que os e-mails que, regularmente, recebo deste amigo, hoje naturalizado australiano, são, bastas vezes, a propósito de Portugal, mas, em particular, do Porto do seu berço, e trazem-me imagens que facilmente se descodificam numa palavra:

S A U D A D E.

Quer dizer: a saudade podia já ser muita coisa antes de, mas encontrou agora uma nova forma de se revelar inequivocamente. Com imagens dos outros, com palavras dos outros - mas com a tradução integral do que é. Tanto mais que, para eventual reforço, em regra, vem acompanhada à guitarra e à viola e é comum ouvir-se-lhe também a voz de Amália, que não é a das Montanhas Azuis, algures no outro lado do mundo.

É SAUDADE tal e qual se fala. Mais do que isso: tal e qual se sente. Tal e qual é: saber, ver, longe de Portugal, TUDO. E dizê-lo, "para cá", nessa forma "nova", que umas vezes é a Ponte D. Luís, outras o Bolhão ou Vila Nova de Gaia (até mesmo o quotidiano de S. Bento ou de Belém ...), que sei eu, a preto e branco ou não. 

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