Arménio Louro Daniel
Nasceu em Alcaria, concelho do Fundão, mas vive no Dominguizo, ali mesmo ao lado, mas noutro concelho, o da Covilhã, desde os 4 anos. Tem 77.
Foi tecelão durante 11 anos e esteve 30 em França, no "bâtiment", na montanha, onde, por causa da neve, só podia trabalhar seis meses por ano.
A tropa, essa, fê-la cá, a partir de 1952 (16 meses) e na India (mais 16...) a viver saudade... "a escrever à mãe..."
"Pois certo dia porém
Da India estou a escrever minha mãe
Uma carta vai assim
Lá por estar longe dos meus
Estou bem, graças a Deus
Mãezinha não chores por mim
Mãezinha tenho a alegria
Não se entregue à paixão
Pois deve sentir brilho
Muito orgulho em ter um filho
Ao serviço da Nação
Quando foi à despedida
Muito chorou mãe querida
Com pena do filho vosso
Mãezinha não esteja triste
Guerra aqui não existe
Estou a guardar o que é nosso
Diga à minha namorada
Para ficar descansada
Não (?) o sofrimento
Que quando isto terminar
Quando eu aí chegar
Vou tratar do casamento
E por agora mais nada
A carta vai ser fechada
Termino com alegria
Saudades p'ra alguém
Um abraço para si minha mãe
Outro p'ró mê pai também
Adeus até um dia
India: 1954/55. Quartel em Velha Goa
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