A informação que tenho é que, face à impossibilidade de admissões e de remunerar os estágios dos jovens licenciados, as autarquias (não sei quantas...) e outros, estão a "servir-se" de mão d'obra nova e especializada para, em regime de "voluntariado", preencher lugares e cumprir funções imprescindíveis. Uma
vergonha! Em linguagem plebleia, uma verdadeira chulice.
Nâo têm dinheiro? PAREM! Não cometam o crime do abuso. O crime de violação das esperanças, da força de trabalho da juventude - que não é pateta.
A mim, que já sou velho, o que me apetece é contar uma história (adaptável...) do tempo em que era, obrigatoriamente, subalterno militar e em que um capitão na reserva, sendo responsável por uma biblioteca às moscas (numa assoalhada da avenida Berna, em Lisboa), entendeu "decretar-me" seu colaborador permanente (voluntário à força) e só aparecer por lá, no máximo, uma vez por semana para...
"Ora vamos ao inventário!... Eu digo-lhe daqui os números das publicações registadas e você (você era eu...) vai-me lendo aí nas prateleiras os títulos dos livros respectivos..."
"Sim, meu capitão!"
Isto todas, todas, todas as semanas!... Tivesse havido ou não consulentes.
Chateei-me. E, passado cerca de um mês no mesmo "fado" idiota, o diálogo passou a ser, invariavelmente, mais ou menos este:
Capitão: "estante nº 4, prateleira 2, livro 57..."
Subalterno: "livro 57, "As Armas e os Barões Assinalados".
Capitão: "confere! Agora, nessa estante, prateleira 3, livro 72... Diga-me..."
Subalterno: "prateleira 3, prateleira 3...72?... 72 não está!!!"
Capitão: "não está? Tem que estar!..."
Subalterno: "não encontro..."
Capitão: "alguém requisitou?..."
Subalterno: "não me lembro... Não está cá..."
Capitão: "não está? Então você..."
Subalterno: "não sei..."
Capitão: "... não sabe?!..."
Subalterno: "ah, está aqui!..."
Sempre assim: o capitão, cada vez mais desconfiado, a fazer o seu papel e eu...eu, "voluntário à força", a "cumprir" o meu...
Resumindo, e voltando atrás, não é conselho, dir-se-á, que se possa dar aos "soldados" voluntários à força, saidos da Universidade, mas o que apetece é sugerir à juventude USADA (ou estamos perante um Serviço Cívico obrigatório?) é que, sempre que possa, crie dificuldades, boicote inteligentemente, os que, sem alma, sem escrúpulos, se servem do seu trabalho... contra nada. Às vezes, nem uma palavra, nem um aceno de simpatia.
O que é que acha, Senhor Ministro do Ensino Superior? Investigação à borla?...
O que é pensa disto Senhor Ministro da Administração Interna?
Com é que vê a situação, Senhor Eng. José Sócrates?
É um problema de falta de dinheiro, argumentar-se-á.
Seja... Mas...mas e se alguém desafiar o Estado, o que é que lhe acontece?...
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