sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Jorge AMADO - mesmo!

Bahia - "Essa é a minha cidade e em todas as muitas cidades em que andei, eu a revi num detalhe de beleza. Nenhuma assim, tão densa e oleosa. Nenhuma assim, para viver. Nela quero morrer, quando chegar o dia. Para sentir a brisa que vem do mar, ouvir à noite do atabaques e a canções dos marinheiros. A Cidade da Bahia, plantada sobre a montanha, penetrada de mar."

Chegou o dia, quando o dia tinha que chegar: Jorge Amado morreu faz hoje 100 anos - na sua Bahia de Todos os Santos e deixou-nos uma visão pessoal do mundo. Contestável, mas autêntica. De qualquer modo, DE TODOS OS SANTOS. E feitiços.


Receita de feitiço

Se o vosso amante, ó jovem triste, fugiu nos braços de outra, se ainda o amais e desejais tê-lo de volta e ver humilhada a vossa rival, então colocai num lugar, por onde ela com certeza passe, o seguinte "despacho" absolutamente infalível no dizer de pais-de-santo amigos, indiscutidas autoridades em matéria de feitiço:

Farofa amarela (farinha de azeite-de-dendê) à qual se mistura um objecto de uso pessoal da zinha, de preferência uma calcinha, cabelos do sovaco da dita cuja, quatro vinténs, devendo ser um deles furado no centro, penas de um galo preto sacrificado a Exu (o sacrifício deve ser, se possível, realizado num candomblé por um pai ou mãe-de-santo, o sangue do galo derramado sobre o fetiche de Exu), tudo isso embrulhado em papel de jornal, amarrado com cordão e posto entre duas velas acesas no lugar onde a condenada tenha que passar.


O mais certo é que a vossa rival morra de alguma doença ruim. Não há caso desse despacho ter falhado.


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