Maria Caetano
O Presidente da República Portuguesa, Aníbal Cavaco Silva, manifestou-se ontem surpreendido com a possibilidade de as autoridades da RAEM estarem a impor restrições à atribuição de residência na região a cidadãos portugueses. Para o chefe de Estado de Lisboa, que ontem concluiu uma visita de dois dias a Macau, trata-se de uma “contradição” com as declarações de boas vindas à presença portuguesa ouvidas da parte do Executivo, empresários e instituições.
“Surpreende-me um pouco face àquilo que de facto ouvi, quer na reunião restrita que tive com o Chefe do Executivo, quer nos contactos que tive com o mundo empresarial quer com a parte das universidades”, indicou Cavaco Silva.
O Presidente português citou “elogios rasgados à comunidade portuguesa que está aqui em Macau e ao contributo que tem dado para o desenvolvimento económico e social”. “Se aquilo que eu ouvi em relação ao ensino da língua portuguesa foi muito forte, parece-me que existe alguma contradição com eventuais manifestações para acolher novos portugueses que queiram instalar-se nesta parte do mundo”, afirmou.
No último sábado, o chefe do Executivo, Chui Sai On, e o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal, Rui Machete, assinaram a revisão do Acordo Quadro de Cooperação entre a Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China e a República Portuguesa, de 2001, com Lisboa e Macau a manifestarem querer reforçar a cooperação nos princípios da amizade e apoio recíproco.
Para Cavaco Silva, a reformulação do acordo, que reduzirá o período entre cada reunião mantida entre o país e a região administrativa especial, permitirá de futuro abordar o problema com o Executivo local. “Se há alguma dificuldade, então, o acordo que assinámos ontem – do senhor ministro [Rui Machete] com o Chefe do Executivo de Macau – abre portas para em diálogo e negociação ultrapassar essas dificuldades”, disse.
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