domingo, 11 de outubro de 2015

Do lido, o sublinhado - Entrevistas de Nuremberga (2)

NOTA PRÉVIA: para entender esta transcrição parcial, terá, quem aqui chegar, que ter a paciência de ir à mensagem ZERO, sob este título, publicada em 8 de Outubro corrente.
                                                  1900-1946

Hans Frank era o advogado pessoal de Hitler e foi governador-geral da Polónia durante a SEGUNDA GUERRA MUNDIAL. Em Nuremberga, foi considerado culpado de crimes de guerra e de crimes contra a humanidade. Foi enforcado a 16 de Outubro de 1946.

"(...) É estranho. O ser humano consegue habituar-se à clausura. É como um regresso às sensações das pessoas que viviam nas cavernas." Soltou mais uma sonoro gargalhada, mas já não evidenciando bom humor e com um certo nível de descontrolo.Pedi-lhe que me desse um exemplo do que queria dizer. Voltou a ficar sério. "A ânsia de actividade já não é muita. É-me fácil viver aqui como se fosse um homem santo, um eremita." Deu uma gargalhada ríspida e caustica. "Num mosteiro, devem manter-se de livre vontade os votos de pobreza e de virgindade. Aqui é-se obrigado a mantê-los. Algum de vocês é católico?" Tanto eu como Triest respondemos negativamente. Perguntei-lhe porque tinha feito a pergunta. "Talvez o papa se mude para América! No mundo, só há uma potência com capacidade para parar a Rússia. Nós não temos força que chegue. O actual papa, o papa Pio, já esteve uma vez na América."

Quando lhe perguntei qual era a sua religião, respondeu-me: "Sou católico por "herança". Na Alemanha, os filhos do sexo masculino adoptam sempre a religião da mãe (...)"

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