quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Privilégios, segundo Stendhal ( I )

Às vezes, encontramo-nos na rua, no jardim, ou, recentemente, por uma coisa a que chamaram telefone e ... e lá aparece Stendhal a dissertar acerca de Privilégios. De vez em quando, vou aqui repetir um ou outro. Hoje, o do Artigo 4 (poderia ser outro, mas telefonaram-lhe há bocado e ...):

"O privilegiado, com um anel no dedo e apertando-o ao mesmo tempo que olha para uma mulher, terá a garantia de que ela se apaixonará perdidamente por ele, à semelhança de Heloísa por Abelardo. Se o anel estiver um pouco humedecido com a saliva, a mulher, alvo do olhar, tornar-se-á unicamente uma amiga terna e dedicada. Ao olhar para uma mulher e ao tirar o anel do dedo, cessam os sentimentos concedidos em virtude dos privilégios precedentes. Ao olhar o ser odiado e ao friccionar um anel no dedo, o ódio transformar-se-á em bondade.

Estes milagres poder-se-ão manifestar quatro vezes por ano para o amor-paixão, oito vezes para a amizade; vezes para findar o ódio e cinquenta vezes para a dádiva de uma simples bondade."

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