Vergilio Ferreira escreveu num dos volumes das suas Conta-Correntes qualquer coisa como isto:
- De quem é este retrato?
- Este retrato é da tua avó.
Anos mais tarde, novos interlocutores, o mesmo retrato:
- Quem é?...
- Este retrato é de uma nossa familiar já falecida ...
Décadas decorridas, ainda a mesma imagem, em idêntico contexto:
- Quem é? ...
- É ... é uma mulher, não sei ... *
É isso:
Tenho aqui uma imagem de Santo António que, se falasse, diria coisas "importantes" a propósito de uma das viagens que fiz ao Brasil, concretamente, a S. Paulo, e da alegria de, tão longe, a ter comprado, já no aeroporto - com os últimos cruzeiros que tinha no bolso ...
E é assim para largas dezenas de "coisas" que animam à minha volta o universo das viagens que fui fazendo - cada uma, sempre, como se fosse a última ...Hoje ainda!...Insisto.
No entanto ... no entanto, mais tarde, ninguém saberá donde veio este Santo António ... Mas, como hoje é dia dele, trouxe-o para aqui, para o Jardim ... Assim podem vê-lo sempre que queiram ...E o meu "pecado" será menor...
* Não foram estas as palavras de Vergílio Ferreira, mas foram as que (me) ficaram depois de ter esquecido as que li ...
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