Sinfonias incompletas

Afadigaram-se os da aldeia em apresentar o que, programado ou não, havia para fazer antes das eleições que aí vinham e que, bem vistas as coisas, era da maior utilidade para as pessoas, quando não pelo que lhes facilitava o dia-a-dia, pelo bem-estar geral que lhes proporcionava.

Prepararam-se placas alusivas para descerrar em momento oportuno, varreram-se as ruas, convidou-se toda a gente para o corte da fita, serviu-se o que, em tais circunstâncias, havia para servir e, em pleno dia, percorreram-se a pé os melhoramentos, muito elogiados pelo séquito e por alguns dos que o viram passar.

Chegada a noite, desfeito o cortejo, porém, alguém notou que faltava o essencial para a completa boniteza do inaugurado: faltava a iluminação que fora dada como a "cereja no bolo"...

E assim ficou tudo para a história: inaugurado para o sol e à espera que os da electricidade acabem a "coisa"... Não vá a lua chegar...

Entretanto, sabe-se que, na ocasião, foi tocada pela Orquestra Sinfónica Nacional, acompanhada pelo Órfeão das Traseiras do Litoral, e muito aplaudida, uma Sinfonia Incompleta.

É Portugal feliz.