quinta-feira, 15 de abril de 2010

Volta ao Mundo em 90 dias - Goa

No 4º Centenário do Nascimento de Camões, em 1980 *

Em Goa, com o "Lieutenant Governor", Coronel P. S. Gill (na foto)

"É deveras triste que um patriota e génio (Camões) tivesse que decorrer a última fase da sua vida na mais cruel indigência, tendo de depender exclusivamente dum escravo, Jau, para mera sobrevivência".

"(...) A intriga política tornou-lhe a vida um verdadeiro inferno".


Pratapsnigh Rane, "Chief Minister" de Goa, Damão e Diu:

"Camões sempre se esforçou pela mutua compreensão entre os povos (...) Os goeses nutrem por ele sincera e genuína admiração."

Narana Coissoró, antigo deputado à Assembleia da República:

"Goa, através do seu longo processo histórico, constitui uma permanente afirmação da sua individualidade própria e uma destacada presença cultural no subcontinente indiano. (...) Em 19 de Dezembro de 1961, o exército indiano invade militarmente Goa, Damão e Diu e não encontra resistência significativa por parte do exército português (...) Devido à política de hostilidade lamentavelmente seguida pelos governos de Salazar e Caetano relativamente a Goa, a língua portuguesa entrou em declínio, sendo substituída pelo inglês, que se tornou língua oficial (...) Apesar de todas as vicissitudes, este pequeno povo, que habita 3700 quilómetros quadrados e tem 800 000 almas, soube sempre manter-se coeso e autónomo através de cerca de 2000 anos da sua história conhecida."

Nota: por sugestão pessoal, em Fevereiro de 1980, e em nome do jornal que representava, "19 anos depois da integração política na União Indiana, Camões foi, em 10 de Junho de 1980, centro de todas as atenções no Território e o IV Centenário da sua morte comemorou-se ali solenemente."

Esta é a verdade histórica, que tem a importância que tem, mas fica aqui registada, que jornal é papel...E já não existe.A não ser numa ou outra biblioteca.

Agora, assim, haja quem queira ler. Pelo meu lado, não vá o Diabo tecê-las, vou, como a outros, passar este apontamento para uma "pen".E seja o que Deus quiser!


 A propósito, li algures, que, há uns anos, o Poeta, Camões, esse mesmo, depois de alguns radicais o terem querido "re-matar", foi obrigado a recolher ao lar do vosso Museu Arqueológico, onde passa agora os dias, diz-se, a lembrar que os portugueses, se não são, foram gente... Mal sabe o Homem que, entretanto, em Lisboa, pelo menos, foi permitida a presença de uma estátua de Gandi, enquanto, como o nosso Poeta, Figura Maior da Humanidade.


O que é que acha, Senhor Embaixador? Complicado... Percebo. Apesar de tudo, a lusa, dita, extrema-esquerda... Não quer dizer que não tenhamos os nossos pecados, mas... Olhe, o Salazar, lembra-se?, que foi aqui praticamente banido das molduras, vi-o eu, tranquilo, num museu vosso. Em Goa, justamente.


Ou já o tiraram? Não?... Vejam lá...


E o que é me diz, Vossa Excelência, àquela coisa das vacas... Tenho, a esse respeito, uma fotografia, a preto e branco, que...que me disseram, na altura, não ter nada a ver com colonialismo...


Olhe, Senhor Embaixador, guardei-a. Embora, posteriormente, a NET lhe tirasse valor, sempre é bom termos à mão registos destes... Seja como for, assim, ao menos,se me der jeito, posso cantar e espalhar por toda a parte...

 Não acha?... É um dever.Entretanto, têm agora, assim, mais alguém digno, por exemplo, de uma rotunda?...É que temos muitas. Jeitosas.E também não falta por cá quem as inaugure.Para a India, que ajudámos a ter Goa, e não só (ainda hoje), somos uns mãos rotas.Em beleza.Como sabe.

* in Os Portugueses no Mundo, de M.A.
  

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