quarta-feira, 28 de abril de 2010

Volta ao Mundo em 90 dias - Japão *

"É Japão, onde nasce a prata fina..."


Como é que, tendo estado no Japão no início de 1980, se sintetizam, hoje, na NET, as emoções então vividas no país do Sol Nascente?


Dissertando acerca do que foi dito, em Tóquio, durante o jantar com Mlle. Takano, em que se falou do Prof. Vitorino Nemésio, da existência de delegações da Sociedade Luso-Nipónica em várias cidades do Japão, de uma possível edição biligue de parte da obra de Eça de Queirós?

Ou lembrando diálogos?...


"- Sinto uma grande admiração pelos japoneses que proguidem mas não esquecem o que de bom têm as suas tradições... O japonês trabalha com o computador e extasia-se com as flores..."


"-Sim, é verdade, mas há muito de português nos nossos hábitos e maneira de ser..." 


Cito-me (peço desculpa...):


"Tudo começa em 25 de Agosto de 1543. Os portugueses viajavam a caminho da China, mas "fustigados pelo mau tempo" vão parar a Tanegashima, no Japão, onde hoje a nossa memória está assinalada por cinco monumentos e um museu. Surge nessa altura a primeira arma de fogo no país do Sol Nascente e, a partir daí e durante largos anos, Portugal não mais deixa de fazer sentir a sua presença até 1630, data em que se verifica a expulsão definitiva dos portugueses, antecedida de massacres com origem em perseguições e na proibição do cristianismo.


Há, portanto, um longo período de interregno de que quase só Wenceslau de Morais, já muito próximo de nós, é excepção."


Entretanto, há palavras portuguesas que passaram a fazer parte do vocabulário japonês: banco, vidro tempero, pão e...e muitas mais. Já lá tivemos os nossos Francisco Xavier, Fernão Mendes Pinto, padre e médico Luís de Almeida...


E surge a pergunta: "será que Portugal, pioneiro nos Descobrimentos, ousado marinheiro nas Tormentas, se esqueceu do Oriente? A resposta, triste, a dar é a que parece: sim!"


Ou não?- pergunto eu, agora que estamos para cá do ano 2000. E deixo a resposta antiga do padre Jaime Coelho, que foi Leitor na Universidade da Sofia, em Tóquio: "Se Portugal produzir e tiver uma administração à maneira da Europa, for uma ponte eficiente de ligação com outros países não europeus e conservar a beleza da sua paisagem e do seu carácter - eu diria, do seu coração - então terá influência cada vez maior no Japão."


O que é que acha "disto" Senhor Presidente da República? Ou que é que pensa deste "desafio", Senhor Primeiro-Ministro?


Por aqui me fico. Não sei, neste meio provocador de resumos, actualizar melhor. Mas se, do que foi dito e escrito, está concretizado o essencial... tudo bem... Podem apagar as dúvidas. Caso contrário, fica aquele pedido quase idiota que aparece nos "mails" que nos enviam em nome de... : "lê e reencaminha para os teus amigos as boas sugestões que possas ter, se queres que não te lixem o juízo..."


É mais ou menos assim - em versão"light"...

* in "Os Portugueses no Mundo", de M.A.

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