quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Gazeta a preto e branco: África do Sul ( II )





















"(...) Entretanto, Portugal quase todo descansara de mais um sábado de repouso, lembrando, neste caso, em lusitano recato (austeridade, austeridade ...), o dia em que, por força de uma vontade colectiva, se recuperou a independência nacional - agora pouco segura.

O Tristar, contudo, alheio à turbulências intestinas da sua terra do crisma, onde nem Soares, nem suores conseguem rejuvenescer as origens em perigo, rumou majestoso para a África do Sul, por sobre alguns territórios que os portugueses bem conhecem, dos tempos do heroísmo bandeirante que agora se começam a recordar a filhos e netos, banidos os papões de épocas recentes, mas que, apesar de tudo, ainda se manifestam, por exemplo, na timidez das comemorações de um primeiro de Dezembro, presididas em representação de.

Mas deixemos as baixas atitudes, perdão, altitudes, para nos situarmos acima das nuvens até à negra Kinshasa, do Zaire que já nos é familiar, pelo menos, desde Diogo Cão e de que, pessoalmente, guardamos as mais gratas recordações, pelas inesquecíveis horas vividas, em 1980, junto da comunidade portuguesa ali residente.

O nosso destino final, neste momento, porém, é a terra do chamado desenvolvimento separado. E este é coisa complicada para cabeça de português.Ou talvez não ...Reflitamos: a África do Sul representa 4% da área territorial do continente africano e produz, nomeadamente, 95% do seu ouro. Mas há mais: 95% do carvão produzido por aquelas paragens é consigo; por outro lado, é responsável por 70% do consumo de toda a África; além disso, 60% dos telefones instalados estão no seu pais e 48% dos veículos que circulam nas estradas do vasto continente também lhe pertencem. Ora nós sabemos o que, na Ocidental Praia, umas magras couves, ainda que bem colocadas estrategicamente em relação à Europa e ao mundo, representaram para certas forças apostadas na oferta do paraíso ... Que pensar, então?

Desenvolvimento separado, sujeito à crítica das terrenas ONUS, fazendo o melhor possível, sem convulsões graves e na procura constante do progresso efectivo das populações - todas - ou a entrada imediata para o clube dos bem falantes, que sabem frases e fingem não compreender fases?...

Temos (consta ...) seiscentos mil compatriotas na África do Sul. Esta é a nossa realidade. Deixemos, por isso, as reflexões mais aprofundadas e deste tipo para outros ... A presente viagem é para ouvir uma parcela de Portugal, na pessoana visão que se conhece. Não, por consequência, à interferência na alheia vida interna doutrém. Afinal, se lhes permitirem, os homens livres saberão resolver os problemas da liberdade e dessas coisas dos desenvolvimentos ...

Registemos, entrementes, no assento ao lado - e isso é que, de momento, é importante - a presença de um compatriota nosso (o sr. Fernandes - madeirense de gema) já que, com ele, SOMOS. Não nos conhecíamos, mas porque falamos a mesma língua, pusemos em comum os farnéis com que a TAP nos foi alimentando. E, assim, fraternalmente, cada um foi comendo do que gostava ... Sem complexos. Até Joanesburgo - cidade branca (e do ouro) que os negros conhecem melhor do que ninguém, e cada vez mais."

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