sábado, 24 de novembro de 2012

Peter, consultor convidado (VIII)-hierarquia e política












"Em qualquer crise económica ou política uma coisa é certa: muitos peritos esclarecidos prescreverão muitos remédios diferentes.

O orçamento não se equilibra: A diz "subam os impostos"; B grita "reduzam os impostos".

Os estrangeiros que fazem investimentos estão a perder a confiança no dólar: C insiste na estabilidade da moeda, enquanto D defende a inflação.

Há tumultos nas ruas: E propõe que auxiliem os pobres; F pugna pelo encorajamento dos ricos.

Uma potência estrangeira profere ameaças: G diz "Desafiem-na"; H diz "Harmonizem as coisas".

Porquê a confusão?

1 - Muitos dos peritos atingiram já o seu nível de incompetência e, por conseguinte, o seu conselho é absurdo ou irrelevante.

2 - Alguns deles defendem teorias sãs mas são incapazes de as pôr em prática.

3 - Em qualquer dos casos, nem as propostas sãs nem as desonestas podem ser postas em prática eficientemente, porque a engrenagem do governo é uma vasta série de hierarquias entrelaçadas e eivadas de incompetência.

A Legislatura

A maior parte dos corpos legislativos modernos - mesmo em países não democráticos - são eleitos pelo povo. Poder-se-ia pensar que os votantes, no seu próprio interesse, reconheceriam e elegeriam o estadista mais competente para os representar na capital. Esta é, sem dúvida, a teoria simplificada do governo representativo. Porém, na realidade o processo é um pouco mais complicado.

A política moderna é dominada pelo sistema de partidos. Alguns paises têm apenas um partido oficial; outros têm dois, e alguns têm vários. Um partido político é, de um modo geral, ingenuamente descrito como um grupo de pessoas com a mesma maneira de pensar, cooperando no fomento dos seus interesses comuns. Isto, porém, já não é válido. Essa função é agora desempenhada inteiramente pela ante-câmara e há tantas ante-câmaras quantos os interesses especiais.

Um partido político nos dias de hoje é, em primeiro lugar, uma máquina para seleccionar candidatos e para os fazer eleger.

Para ser franco, vê-se ainda, de quando em quando, um candidato "independente" ser eleito à custa dos seus próprios esforços, sem endosso do partido. Porém, as enormes despesas que a campanha política acarreta, tornam o fenómeno raríssimo aos níveis local e regional e inédito ao nível nacional. Deve dizer-se que os partidos dominam a selecção dos candidatos na política moderna."

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