sexta-feira, 24 de maio de 2013

Enciclopédia do lixo

Chegamos. Andamos por cá. Na Primária, às vezes, a vontade de fixar o que nos envolve empurra as mãos para os lápis, os lápis de cores que nos oferecem pelos anos, e, perante a virgindade do papel que se nos apresenta, soltam-se as primeiras garatujas, as tais linhas de que falava Almada Negreiros, e surgem esboços - que se deitam fora, que ficam na escolinha ou no fofo dos arquivos familiares - para mostrar aos amigos. E umas vezes estão aí os esboços de uma arte a consolidar - e a fazer vida; outras ... outras ... fica a saudade, como se fosse o melhor de qualquer nacional museu. Até que ... até que, um dia, não querendo perder nada, se tenta que venha para aqui o que a saudade guardou no armário. E ficamos muito felizes, acreditando no efémero desta suave mentira da INTERNET, onde para a avalancha de tudo o que lhe chega tem sempre mais uma onda de palavras e imagens a "arrasar" o que foi presente ... E, nesta espécie de eternidade, nesta infinidade ... acabamos por desaparecer, felizes pela eternidade que, eventualmente, quisemos.

Estas são imagens desenhadas por um primo que partiu e que agora, os que ficaram, querem eternizar na NET. Pediram-me "o milagre". E aqui estou, feito Santo António, que é dos nossos, a copiar o copiado, "para ver" se escapa o mais que for possível - numa altura em que, de certeza, em todo o mundo, há gente a pensar o mesmo e a inundar blogues e espaços idênticos com coisas ... Coisas de nada. Que, a breve trecho, serão mesmo de nada, fazendo parte da Enciclopédia do Lixo, como o efémero dos seus ignorados autores.





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