sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Chiado das, dos Pessoas

                                     Numa tarde de Verão




















"Às vezes, nos meus diálogos comigo, nas tardes requintadas da Imaginação, em colóquios cansados em crepúsculos de salões supostos, pergunto-me, naqueles intervalos da conversa em que fico a sós com um interlocutor mais eu do que outros, por que razão verdadeira não haverá a nossa época científica estendido a sua vontade de compreeender até aos assuntos que são artificiais. É uma das perguntas em que com mais languidez me demoro é a por que se não faz, a par da psicologia usual das criaturas humanas e sub-humanas, uma psicologia também - que a deve haver - das figuras artificiais e das criaturas cuja existência se passa apenas nos tapetes e nos quadros. Triste noção tem da realidade quem a limita ao orgânico, e não põe a ideia de uma alma dentro das estatuetas e dos lavores. Onde há forma há vida.


Não são uma ociosidade estas minhas considerações comigo, mas uma elucubração científíca como qualquer outra que o seja."
Bernardo Soares

- Estão a perceber, cientistas, amantes e pedintes do Chiado?
























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