quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Levantai hoje de novo

Em Agosto não se escreve para ninguém: coleccionam-se ideias e juntam-se palavras (poucas, embora) para que não se extraviem. É o caso, nesta cíclica época assim. De resto, mesmo que ninguém agora as leia com a generosa alegria do costume, o problema não se põe. Não! O oásis vem aí, o mais tardar, quando chegar o dicionário das outonais palavras renovadas na disponibilidade individual de cada internauta. 

DO LIDO, O SUBLINHADO

"Atravessou as nossas ruas entre gatos
a chuva molhou-lhe as pobres botas cambadas
Teve um banco de jardim teve amigos um deles o sol"



"O portugal futuro é um país
aonde o puro pássaro é possível
e sobre o leito negro do asfalto da estrada
as profundas crianças desenharão a giz
esse peixe da infância que vem na enxurrada 
e me parece que se chama sável
Mas desenhem elas o que desenharem
é essa a forma do meu país
e chamem elas o que lhe chamarem
portugal será e lá serei feliz.
Poderá ser pequeno como este
ter a oeste o mar e a espanha a leste
tudo nele será novo desde os ramos à raiz (...)"


RUY BELO

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