Se a esta simpática dupla animal, juntarmos a tranquila, quase sonolenta e resistente, cáfila de camelos, que atravessou desertos para cumprir um objectivo sem queixas que se lhe conheçam, estamos aqui perante uma significativa, dócil, generosa e simpática contribuição, diria, quase racional, dos que, sem parcela do Sagrado, representaram, no Facto Histórico, a Obediência que, mais tarde, nomeadamente, os não burros, as não vacas, os não camelos se revelaram incapazes de homenagear, fazendo de tais espécies, meros e anónimos veículos, veículos, isso mesmo, do Bem.
Não é justo. Pelo contrário: em sentido pejorativo, há séculos que lhes chamam Vacas, ou Burros ou Camelos, conforme o caso, ignorando outro facto ainda mais antigo que é, como nos ensinaram, o da Criação, muito, mesmo muito antes de 1 de Janeiro do Ano Primeiro.
Seja como tenha sido, falta aqui um gesto, um sinal de respeito, nomeadamente, pelas vacas, pelos burros e pelos camelos, de tão honrosas tradições. Isto, claro, partindo do princípio que o Homem (o Homem e a Mulher) tem sido, para além do Sagrado, tratado com a dignidade que merece, antes de subir aos altares. Mas isso é outra história.
Sem comentários :
Enviar um comentário