Conto oriental, na versão esclarecida da Ramalhal Figura, in "As Farpas", aqui lembrada por este vosso irmão (nos impostos), em homenagem a todos os que realmente, nos governam, de Belém a S. Bento:
"Era uma vez um bom rei da Arábia, pacato e divertido. Vivia em seu palácio sossegado da vida, desfrutando sabiamente as artes da paz. Punha papelotes nas barbas para que se encaracolassem melhor. Olhava as moscas que passavam no ar com uma complacência magnânima. Atirava bolinhas de papel amarrotado aos seus antepassados, que estavam aos cantos das casas representados em porcelana. Fumava o narguillé, encruzado num divã, sentado em cima dos calcanhares, tendo os olhos cerrados e fazendo sair fumos do nariz.
O reino mostrava-se satisfeito e contente.
Quando algum súbdito patenteava o mínimo vislumbre de descontentamento com a marcha dos negócios públicos, o rei mandava carinhosamente que lho trouxessem, passava-lhe a mão pela cara fazendo-lhe um carinho, lançava-lhe docemente uma corda ao pescoço, e enforcava-o defronte do palácio.
Depois do que, o monarca aparecia risonho e benévolo, a uma janela, e fazia ao país esta fala:
Meus senhores e minhas senhoras! O incomodado retira-se. Se há por aí mais alguém que não esteja satisfeito com a marcha dos negócios, que o diga!"
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