segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
TORTO SENDO - "de pé como as árvores"
O Tortosendo, como muitos dos que aqui chegam para "saber coisas" não ignoram, é uma vila da agora chamada Beira Interior que, tanto quanto, mais do que os documentos que por aí devem estar disponíveis rezam, SENTI, tentei observar, vivia da indústria têxtil.
Entretanto, por força das "novas dinâmicas" de que os tempos a rodearam, se tivesse que começar hoje não passaria, quiçá, de uma aldeia a sete quilómetros da Covilhã, triste, quase residual, a tentar "ser gente" nas suas periferias, apesar de tudo, com instalações para um partido político como o comunista (nascido, por certo, ali, no caso, se calhar, em período das chamadas "lutas operárias").
Mas isso é passado que não sei se está para aí relatado, o que sei é que, pelo menos, o centro da ainda vila, se houvesse despromoções autárquicas, não passaria, no seu núcleo histórico, pelo menos, de uma aldeia com eventuais aspirações a vila - que, para cidade contemporânea europeia, pelo conteúdo, dá mostras de lhe faltar quase tudo. Há paredes que alojaram força de trabalho, há moradias quase às moscas onde terão vivido "patrões do têxtil", mas pouco mais tem para "festejar"... A não ser, talvez, a forte presença cigana à beira da estrada que tudo atravessa, onde se "disputa" a venda de roupas - fabricadas, de certeza, longe das cadavéricas paredes do velho passado industrial de que restam vidros partidos e paredes ao relento: "Torto sendo". A tristeza edificada, sobrante, atravessada por uma via ladeada de pequeno comércio, apesar de tudo, "de pé como as árvores". E, estrategicamente, localidade de passagem - muito movimentada por força da vida que anima as aldeias construídas em redor - tão autónomas quanto possível.
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