terça-feira, 26 de janeiro de 2016

VERGÍLIO FERREIRA - Janeiro de 2016 (100 ANOS!)



"Nasceu em Melo, no concelho de Gouveia, em Janeiro de 1916, filho de António Augusto Ferreira e de Josefa Ferreira. A ausência dos pais, emigrados nos Estados Unidos, marcou toda a sua infância e juventude. Após uma peregrinação a Lourdes, e por sugestão dos familiares, frequenta o Seminário do Fundão durante seis anos. Daí sai para completar o Curso Liceal na cidade da Guarda. Ingressa em 1935 na Faculdade de Letras a Universidade de Coimbra, onde concluirá o Curso de Filologia Clássica em 1940. Dois anos depois, terminado o estágio no liceu D. João III, nesta mesma cidade, parte para Faro onde iniciará uma prolongada carreira como docente, que o levará a pontos tão distantes como Bragança, Évora ou Lisboa."

"A útil e verdadeira solidão é ser-se eu com. Não ser-se eu."

"Há frases que engolem outras menores, que vomitam longo, por não serem aproveitáveis para estratégias possíveis."

"Quando se é novo, está-se cheio de futuro e isso faz muito ruído e povoa-nos o estarmos sós."

"O bom é ter só o impulso para fazer e dois ou três tópicos gerais. Assim a invenção nos surpreende e excita."

"Os fins não justificam os meios, mas não apenas porque os meios possam ser criminosos: porque são contaminados por eles. Se matássemos uma criança que chora, para nos restituir o silêncio - o silêncio restituído estaria cheio do seu choro."

"Tenho aqui desde há dias, finalmente, a escultura da minha cabeça. É uma cabeçorra. Senti-me pronto para estar morto ou seja para não ser eu. Onde pôr o raio da cabeça, quando já não houver a minha cabeça para conferir?"

"Anda comigo um tipo que detesto. É o "escritor". Creio que Borges disse o mesmo. Para toda a gente é ele que aparece, recebe homenagens, sorrisos ou mesmo, quando calha, a canelada disciplinar."

"De dentro do sítio é que se não vê esse sítio."

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