sábado, 9 de janeiro de 2016

Notas de viagem em demanda de paisagens bonitas e de zonas francas


Compras! Compras! É o grito, abafado, ou não, que se ouve à proa, à popa, no convés, às refeições, ao sol, à sombra, não só entre mulheres, não: entre toda a gente, de regresso do Brasil, o cruzeiro encheu o Infante D. Henrique de potenciais interessados na escala das Canárias: compras, compras, compras! Quando não se ouve, sente-se o grito interior de bordo a estibordo, na casa das máquinas, em toda a tripulação  e, por interposta pessoa, há quem já veja o próprio comandante do navio, a escapulir-se para a compra que a sogra lhe encomendou antes da partida em Lisboa.

De repente, olhos ainda mal lavados, ouve-se: Las Palmas à vista!
O Infante D. Henrique acabara de atracar.

Escrevo sobre o que conheço em pormenor: amarrado o navio ao local intermédio previsto, se não fui o primeiro a saltar para terra, fui dos primeiros. Contei o dinheiro disponível já trocado na moeda local (pormenor de somenos em terra de todas a moedas ...), desci o portaló a correr e fui ... Fui, "farejei" apressado, andei por lá perdido, mas ... (azar o meu ...) a imagem era ... TUDO FECHADO.

Corri de volta ao cais onde atracara o citado Infante e, desolado, dei as notícias que tinha ... Mas não cheguei a espalhar o "pânico". Logo me disseram o óbvio:

"ESTÁ TUDO ABERTO ... mas entra-se pelas traseiras ..."

Corri, de novo, ao centro de Las Palmas: era verdade! E comprei o que queria e o que não queria ... "A bom preço?" Sei lá: COMPREI!

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