domingo, 14 de fevereiro de 2016

Como conheci Agostinho da Silva e gatos-pisa-papéis


Foi António Valdemar, jornalista do meu/nosso Diário de Notícias, propriedade da Empresa Nacional de Publicidade (é a publicidade que paga os salários, que a venda do jornal não "dá para petróleo"...) que me disse como é que se conseguia ir à fala com o Professor Agostinho da Silva. Conto-o, note-se, não pela importância do perguntador, mas pela curiosidade do "como" e do interlocutor.

Então era assim: tocava-se, ao lado da porta da rua, a campainha para a vizinha do lado (do lado da casa de Agostinho da Silva) e era ela que, informada, fazia as "diligências" para que o encontro se concretizasse ou não. Esclareci, pois, no caso, a senhora da parte de quem ía e ... e, sabendo pouco, do que me lembro bem é de uma grande simplicidade de A.da S. no trato, rodeado de gatos vários - que, digo eu, deveriam, para o anfitrião, representar a liberdade que nos felinos é conhecida ... Não me lembro, lamentavelmente (a emoção não me terá deixado ...) do que falámos, só sei que nunca mais deixei de acompanhar as falas do Mestre, que não parecia, mas era, um pensador que dava que pensar - sem pretender fazê-lo para ficar na história ...

E, se este pormenor pouco acrescenta, também (queixem-se os eruditos ...) nada diminui. Mas, quiçá, pode ajudar a sublinhar a simplicidade dos que valem pela obra mais do que pela forma como estão - ou estavam. No caso, rodeado de gatos ... como pisa-papéis ...

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