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"Queria começar por dizer que sou apenas um homem, um ser humano, que quando vê nos nossos compatriotas sofrer, está em todo o lado, inteirinho. Não fui eu, não foi uma organização minha, foi um organização da comunidade portuguesa com o mundo todo. Pela primeira vez vi a comunidade portuguesa toda unida quando aconteceram os problemas de Moçambique, fundamentalmente. Nessa altura, improvisou-se um posto de recepção desses portugueses. Alguns deles chegaram aqui sem nada, e a comunidade portuguesa, quando a gente telefonava, quando lhes pedia camas, quando lhes pedia para alojar portugueses, não houve um único que dissesse que não.
Pareceu-me que isso é a prova mais evidente de que os portugueses que vivem no estrangeiro, em momentos difíceis, estão todos juntos.
Eu quero dizer que estive englobado nesse grupo e permaneci três noites sem ir à cama, a tentar solucionar os problemas dos nossos compatriotas que aqui começavam a chegar. Repito que não fui só eu, foi em grupo, foi improvisado que apareceu. Tratou-se realmente de um momento extraordinário de unidade entre os portugueses residentes na África do Sul. Em três dias, entre Joanesburgo e Pretória, reuniram-se 50 toneladas de comida, de vestuário, de tudo aquilo que era necessário, no momento, para auxiliar os nossos compatriotas. Organizaram-se piquetes para que fossem à fronteira levar leite, pão, fraldas para as crianças, leite especial para as crianças.
Creio que o que foi extraordinariamente válido, nessa altura, foi a união profunda, completa, da nossa comunidade."
Viva, Dr. Durval Marques!
Que é feito do Manuel Escórcio, que sempre esperou um dia cantar no S. Carlos, em Lisboa, e que, comigo, ficou, em 17 de Abril de 1980, a fazer parte da Academia do Bacalhau de Joanesburgo?
Bom dia, Dr. Durval Marques! Foi um prazer reencontrá-lo. Assim, graças à RTP:
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