sábado, 24 de dezembro de 2011

Noite de Natal

Eu sei que logo à noite, quando eu estiver distraído com as filhós, minha mãe fará de Menino Jesus (de Pai Natal, não. Ela não sabe dessas coisas da Lapónia ...) e, quando me apanhar distraído, sairá lá do céu, onde está, para vir à nossa chaminé deixar uma réplica de um carro de bombeiros, muito colorido, que terá comprado há muitos, muitos anos, numa  véspera de Natal para, logo, hoje mesmo, me ver rir de alegria (ela, lá onde está, ainda não sabe que eu tenho cabelos brancos como ela tinha quando partiu ... Para minha mãe, tenho a certeza, eu ainda tenho aqueles caracóis que me fez para tirar o retrato na Calçada do Combro, em Lisboa, pouco tempo depois de me ter acordado no berço). E virá assim pé ante pé, a fingir que não está cá, que não foi à loja comprar nada, para me surpreender com o brinquedo de folha de que dirá "foi o Menino Jesus que te trouxe, meu filho". Já lhe conheço as falas ... E eu ficarei feliz por se ter lembrado de mim, mas, sobretudo, por a ver ao lado do sorriso quase envergonhado de meu pai, que também era José, como o do Presépio.

E assim será o meu Natal de 2011: em tudo, sorrisos e brinquedos que ninguém mais, ao meu lado, verá.


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