sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Geografia - O Buda de Wat Traimitr - 1
"(...) Desorientado rumei para o Oriente. Engalanei o físico com o que de melhor tinha nas gavetas e depois de ter retirado algumas divisas para a viagem (as últimas que me haviam sobrado de uma das idas a Badajoz, em 1975 )- parti! Ouvira falar de um buda de ouro, algures em Bangkok e, não hesitando, pus-me a caminho com o forte desejo de dar um contributo para a resolução dos graves problemas financeiros naconais.
Chegado à cidade, porém, imediatamente me apercebi de que a minha missão não seria fácil, pois nem as gentes eram ricas, nem os cheiros reinantes eram a alfazema. Procurei, na ocasião, disfarçar este ar europeu, aligeirando o vestir. E assim, tão escondidas quanto possível, consultei guias turísticos e lá fui até Wat Traimitr de óculos bem escuros para não me verem os olhos de ocidental.
Contrariamente ao que desejara ao sair de Lisboa, dei-me, então, conta de uma multidão aguardando vez para observar o buda. Contudo, esperei com paciência a oportunidade de me aproximar. A meu lado, pessoas de todas as cores esperavam ... Apercebi-me, nessa altura, todavia, de que era prática entrar descalço no templo. E, receando o pior - corei: a única peça que me identificava como português estava encoberta e era essa que tinha que pôr "à vela". Indaguei, por isso, com o maior cuidado se tinha mesmo que ser e, face à impossibilidade de recuo, sem perder o controlo, tirei as botas e, com elas, as peúgas rotas no dedo grande que, ao engalanar-me, à partida, não conseguira evitar na minha bagagem para "tailandez ver" (...)."
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