Nos últimos dias tenho pensado muito nesta coisa aparentemente intrigante que resulta do facto de as pessoas, em particular, nesta altura do ano, serem, de um modo geral, boazinhas ... Abraçam-se, enviam cartões com os melhores votos de felicidades uma às outras, fazem os mais piedosos votos que se conhecem, dão beijinhos, eu sei lá ... Depois, depois ... ninguém sabe explicar porquê, "vem a Zefa do Carriço, o Zé Barbeiro e o filho e é tamanho o reboliço que anda (de novo) tudo num sarilho".
Ora eu, no exercício do meu direito de opinião, acho isto tudo, a continuar como está, péssimo. Ou bem que há condições de viver com os outros 365/6 dias sem guerras, ou nada pior do que a hipocrisia de uma semana a fingir ... Lembro, a propósito, aquele ex-colega que, aqui há uns anos, pelo Natal, comprou meia dúzia de objectos para, "na mais cordial camaradagem", sortear/oferecer aos colegas e a si próprio ... O que aconteceu foi que o fulano, depois, ficou "danado" por não lhe ter saído a ele o "brinde" mais caro do conjunto que adquirira para sortear em plena "confraternização"...
Ora bem, tal como o cristão não o é só porque vai à missa, também o amigo o não deve ser apenas quando o calendário indica.
Por outras palavras, espírito natalício sempre, ou zero ... Porque nada pior do que prometer e não dar ... Nas actuais circunstâncias, podem ganhar-se, nalguns casos, sete, dez dias de paz, mas, quando tudo volta ao normal, volta ... volta, em regra, pior ... O que é uma chatice!... Enquanto o Natal não for quando um homem quiser e um homem quiser sempre ... isto da quadra natalícia é um negócio e pouco mais ... Pobres e bem agradecidos foram Maria, José e o Menino - mas por isso ficaram inequivocamente santos todos os dias.
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