Leituras de jardim
Caetano in DEPOIMENTO
"(...) Mais sério era o caso do Partido Comunista Português. Desde 1926 que existia na clandestinidade, a lutar incessante e incansavelmente contra a Ditadura militar, primeiro, o Estado Novo, depois. Nos seus programas reivindicou sempre o carácter revolucionário, fomentador da luta de classes para através dela conseguir o advento do "grande dia". Mas a partir de certa altura prevaleceu entre os militantes a tese de que, embora se devesse cultivar a organização das células nos meios de trabalho, dos estudantes, dos militares e dos intelectuais, e intensificar a propaganda doutrinária, a missão fundamental do partido era a de preparar a insurreição armada, porque só mediante o levantamento de forças armadas apoiadas pelo povo seria possível derrubar o regime político e conquistar as facilidades necessárias para o aniquilamento do capitalismo. Havia no partido quem julgasse isso utópico e preferisse as campanhas eleitorais, para ir infiltrando a vida social e o aparelho do Estado. (...)"
Vasco in DISCURSOS
"(...) Nós temos de fazer o socialismo, nós temos de nos sacrificar, não é possível manter os níveis de uma sociedade de consumo e transformar essa sociedade noutro sentido, mas nós podemos compensar, compensar esses bens materiais que têm sido objecto de actividades dos homens numa sociedade capitalista.
Eu pergunto: é mais livre um tipo por ter automóvel, frigorífico, moradia, etc, mas tendo que andar dentro daqueles cânones da sociedade capitalista, sem liberdades, ou falsas liberdades; será melhor a vida desse homem ou um que tenha um nível de vida material muito pior, mas que participe na edificação da sua pátria; que discuta com os outros nas comissões de moradores, nas comissões de bairro?
O poder popular não é nenhum papão senão para aqueles que não estão com as massas trabalhadoras (...)"
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