Numa Lisboa deserta, em dia de feriado a pedir "ponte", juntei-me a quatro ou cinco pessoas que seguiam no "laranja", convencido, como os demais, pelos modos, de que valeria a pena apear-me na paragem que serve determinado hipermercado. Só que, chegado lá, verifiquei (verificámos) que não valia a pena descer, pois aquela superfície comercial estava encerrada. Foi então que, tanto eu como os outros utentes do 47 (47 não é, como se deduz, número de condutor e, por isso, este escrito não é - nem poderia ser ... - uma queixa), todos portadores de "passe" válido, nos deixámos ficar até ao fim do trajecto para, no mesmo transporte, fazermos eventual regresso ao local de partida.
Acontece que, alcançado o "terminus" do percurso em causa, o motorista do machimbombo, sem que na "paragenzona" respectiva estivesse quem quer que fosse para "disputar" a primazia na entrada para o 47, mandou, circunspecto, evacuar o veículo, para logo a seguir, por outra porta, deixar entrar quantos, segundos antes, daquele tinham saído... Em suma, sublinha-se, a cena resultou assim: meia dúzia de pessoas, com "passe" previamente exibido, saíram, numa paragem às moscas, pela porta da retaguarda de um autocarro para, acto contínuo, voltarem a entrar pela porta da frente do mesmo 47 e sentar-se no lugar quente acabado de abandonar ...
Houve quem protestasse - mas o motorista lá prosseguiu (com o apoio (c)ordeiro da maioria!...), cumprindo ordens. Que ordens são para cumprir ... Evidentemente.
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