Embora herdasse casa própria onde, em férias, me posso tentar esconder, a verdade é tenho saudades das Traseiras do Litoral, que é o que deu, após recatado baptizado sem pia baptismal, o nome antigo Beira Baixa, que, por certo, não querendo, só de dizê-lo, dava à região o ar pobretana que, de facto, com o decorrer dos tempos, começou a ficar-lhe mal ... Tanto assim que, para tentar melhorar as coisas, os da política, desataram a chamar-lhe Beira Interior, quer dizer é beira, está à beira, mas é do interior ... Nem alta, nem baixa - do Interior. Ora eu que, apesar de tudo, não vejo na coisa nem bem, nem mal com a mudança dos nomes (Dominguizo, por exemplo, não deixou de ser Dominguiso só porque houve quem, por altura do Crisma, lhe mudasse o substantivo), talvez alinhasse com facilidade no grupo daqueles que ... que, por exemplo, ousasse levar a um gabinete do Terreiro do Paço a ideia simples (para quem, de cima, vê Portugal uma espécie de estreita língua de terra), de uma nova designação para a estreita faixa de hortas e olivais que, a norte de Lisboa, passado o Ribatejo, sente que está nas Traseiras do Litoral - com Zêzere ou Tejo na ilharga de rios de não sei quantas léguas seguidas ...
Mas o que eu, verdadeiramente, desejava era, na mesma linha de orientação, vir a saber que, gente culta (universitária, mesmo) e empreendedora como a que por lá temos, havia decidido arranjar quem, em Bruxelas, financiasse, nas tais Traseiras do Litoral, uma praia fluvial que, na prática, animasse as areias do Zêzere quando ele, todo pimpão, passa entre Alcaria e o Dominguizo (ou Dominguiso, no caso tanto faz ...), nas Traseiras do Litoral. Isso é que seria obra!... Tanto mais que significaria, fora o resto, uma consequente aliança estratégica entre dois concelhos: o da Covilhã e o do Fundão, ambos democratas nos votos.
E mais não digo, que estas coisas levam tempo e, em regra, metem muita política no meio. E saliva, muita saliva.
Para já, LEIA E FAÇA CIRCULAR.
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