* que recordo a dois passos deste banco:
Na Empresa Nacional de Publicidade, proprietária, nomeadamente, do DIÁRIO DE NOTÍCIAS, tive oportunidade de conhecer, não diria de privar, com algumas das mais conhecidas pessoas, no meio jornalístico, da década de 50 do século passado. Permita-se, por isso, que sublinhe aqui, agora, a de ADOLFO SIMÕES MÜLLER, enquanto pessoa, escritor, "colega", e director de um semanário para os mais novos. Que, mais do que num busto, permanece, pelo menos, na memória de quem o conheceu e/ou lhe desfrutou escolhas, gestos e palavras.
Lembro ADOLFO SIMÕES MÜLLER e a simpatia no trato, o entusiasmo, o dinamismo na acção, o sorriso permanente com que se cruzava com os demais colaboradores da empresa. Por graça, por mera graça, dizia-se que, para agradar, nomeadamente, à pequenada para quem escrevia, escolhera para circular na rua um carro mini para que tudo, em si, estivesse "de acordo" com o meio intelectual em que se movimentava ... Contudo, a esta distância, o que aqui se pode deixar é um testemunho de grande afabilidade, de simpatia, por parte de Simões Müller, com quem me lembro de ter falado não poucas vezes, por meras razões burocráticas, sempre cordiais.
Não acrescentará nada ao "curriculum" que deixou, mas também nada lhe retirará.Venha, entretanto, quem some o que achar justo somar.
"Frequentou a Faculdade de Medicina mas abandonou o curso. Foi secretário de redacção do jornal Novidades, fundador e director até 1941 do jornal infantil O Papagaio e director do Diabrete, e do semanário juvenil o Foguetão (1961) e da revista de banda desenhada Cavaleiro Andante. Também colaborou na Mocidade Portuguesa Feminina: boletim mensal (1939-1947).
Foi ainda director do gabinete de estudos de programas da Emissora Nacional e produtor de programas para a rádio. Inclusivamente foi o autor do primeiro folhetim de rádio As Pupilas do Senhor Reitor.
Estreou-se na literatura com o volume de poemas Asas de Ícaro (1926). No entanto, foi a literatura infantil que o celebrizou, tendo escrito obras como Caixinha de Brinquedos (1937, Prémio Nacional de Literatura Infantil) e O Feiticeiro da Cabana Azul (1942, galardoado com o mesmo prémio).
Para o público juvenil escreveu, entre outros, os livros constantes da colecção Gente Grande para Gente Pequena, onde em cada livro romanceou a vida de personalidades como Madame Curie (A Pedra Mágica e a Princesinha Doente), Robert Scott (O Capitão da Morte), Camões (As Aventuras do Trinca-Fortes), Thomas Edison (O Homem das Mil Invenções), Gago Coutinho (O Grande Almirante das Estrelas do Sul), Wagner (O Piloto do Navio Fantasma), Gutenberg (O Exército Imortal), Florence Nightingale (A Lâmpada que Não se Apaga), Infante Dom Henrique (O Príncipe do Mar), Cervantes (O Fidalgo Engenhoso), Serpa Pinto (Através do Continente Misterioso), Marco Polo (O Mercador da Aventura), Fernão de Magalhães (A Primeira Volta ao Mundo - Prémio Nacional de Literatura em 1971), Baden-Powell (A Pista do Tesouro) ou Hans Christian Andersen (O Contador de Histórias).
Entre outras obras, adaptou para a juventude Os Lusíadas (1980), A Peregrinação (1980), A Morgadinha dos Canaviais (1982) e As Pupilas do Senhor Reitor (1984).
Em 1982, recebeu o Grande Prémio da Literatura Infantil da Fundação Calouste Gulbenkian pelo conjunto da sua obra, onde também se incluem livros como Meu Portugal, Meu Gigante (1931), Jesus Pequenino (1934), A Última Varinha de Condão (1941),Historiazinha de Portugal (1944), A Última História de Xerazade (1944), Dona Maria de Trazer por Casa (1947), O Livro das Fábulas (1950) e A Viagem Maravilhosa de Comboio (1956), num total com mais de 70 obras.
Outras das suas obras são Tejo Rio Universal, Sola Sapato Rei Rainha, Douro: Rio das Mil Aventuras, Histórias do Arco da Velha,Moço Bengala e Cão ou a adaptação juvenil das Mil e Uma Noites."
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